31-12-1969 21:00
O assassinato de Nahel M., de 17 anos, provocou tumultos em várias cidades da França, bem como na cidade de Nanterre, a oeste de Paris, onde ele cresceu.
Filho único criado pela mãe, ele trabalhava como entregador de comida e jogava rúgbi.
Ele estava estudando em Suresnes, não muito longe de onde morava, para se formar como eletricista.
Aqueles que o conheceram disseram que ele era muito querido em Nanterre, onde morava com sua mãe Mounia, e aparentemente nunca conheceu seu pai.
Pouco depois das nove da manhã de terça-feira, ele morreu após ser baleado no peito, à queima-roupa, ao volante de um carro Mercedes por fugir durante uma fiscalização de trânsito da polícia.
"A recusa em parar não lhe dá licença para matar", disse o líder do Partido Socialista, Olivier Faure. "Todos os filhos da República têm direito à justiça.
"Nada justifica a morte de um jovem (...). É inexplicável, imperdoável." Com estas palavras, o presidente da França, Emmanuel Macron, reagiu na quarta-feira (28) à notícia da morte do jovem.
O presidente pediu "calma para que a justiça seja feita".
No entanto, a França registra há dois dias protestos violentos na cidade onde o adolescente morreu e em outros locais do país.
Mais de 6.000 pessoas compareceram à vigília, junto com sua mãe, na cidade de Nanterre.
A mídia francesa informou que algumas pessoas que queriam participar da marcha temiam que mais violência ocorresse. Uma mulher disse à BBC que foi porque o incidente a fez questionar o quanto ela poderia confiar nas autoridades.